Antracnose dos
frutos - Colletotrichum gloeosporioides e C. acutatum
Duas espécies fúngicas
já foram descritas como agentes causais da antracnose em jiloeiro
no Brasil, Colletotrichum gloeosporioides e C. acutatum.
Os patógenos
atacam as plantas em qualquer fase de desenvolvimento. Nos frutos, os danos
são mais importantes, tanto em campo como na fase pós- colheita.
Os sintomas típicos da doença nos
frutos consistem em lesões deprimidas de formato e diâmetro variáveis, onde sob condições
de alta umidade, ocorre a produção de uma massa rosada de conídios produzidos em acérvulos no centro das lesões
(Figura 1). Esses
sintomas, por vezes,
Figura 1. Sintomas de
antracnose nos frutos do jiloeiro.
aparecem após a colheita
e durante o transporte dos frutos,
acarretando prejuízos ainda maiores com a depreciação quase total do produto para a comercialização.
Nas folhas e ramos os sintomas manifestam-se
em forma de pequenas lesões necróticas de
contornos circulares a alongados (Figura 2)
Figura 2. Sintomas da antracnose em fruto novo e em folha de jiloeiro.
A doença é favorecida por temperaturas altas e presença
de chuvas ou irrigação por aspersão, devido à fácil dispersão dos conídios do patógeno dentro da lavoura por meio
de aerossóis.
O patógeno
sobrevive em restos culturais e em frutos mumificados. Sementes contaminadas
também
podem constituir-se numa importante fonte
de inóculo e de disseminação do patógeno a longas distâncias.
As medidas
de controle recomendadas para a antracnose
consistem no uso de sementes
sadias; plantio
de cultivares tolerantes a doença (ex. cultivar
Tinguá); plantio em áreas distantes a outras solanáceas hospedeiras, de preferência áreas mais altas e de
menor umidade; realização do raleio da cultura a
fim de permitir melhor arejamento das plantas; eliminação
de frutos doentes ou partes
infectadas da planta;
destruição de restos
da cultura; rotação
de culturas e tratamento químico
com fungicidas à base
de cobre.
Podridões-de-frutos
(Phytophthora spp.;
Sclerotium rolfsii; Pectobacterium spp.)
Alguns fungos,
oomicetos e bactérias
atacam os frutos do jiloeiro
e causam diversos tipos de
podridões.
Entre os fungos, além de Colletotrichum spp., Sclerotium rolfsii pode atacar os frutos em contato com o solo e causar uma podridão com presença de mofo branco e
escleródios aderidos a estes (Figura
3). Duas espécies de Phytophthora
têm sido relatadas como agentes causais
de podridões em frutos
de jiloeiro, P. nicotianae
amarronzada, progredindo para podridão total
do fruto, quando estes ficam cobertos por um mofo branco cotonoso, nas horas de alta umidade do ar (Figura 4). Espécies de
bactérias do gênero Pectobacterium, antes conhecidas como Erwinia.
Figura 3. Podridão em frutos de jiló, causada por Sclerotium rolfsii.
Figura 3. Podridão em frutos de jiló, causada por Sclerotium rolfsii.
Figura 4. Podridão em fruto de jiló, causada por Phytophthora nicotianae.
Figura 5. Podridão mole, causada por uma bactéria pectionolítica, em fruto de jiló.
Murcha-de-Verticílio – Verticillium dahliae
A
murcha-de-Verticílio é uma doença importante em jiló no Brasil. Sua ocorrência tem aumentando nas regiões onde se cultiva
o jiló e outras solanáceas como o tomate e a berinjela. Verticillium dahliae
ataca diversas culturas, como amendoim, quiabo,
berinjela, tomate, morango,
melão, batata, algodão,
feijão e outras; e plantas daninhas, como beldroega, guanxuma, joá,
maria-pretinha e datura. A doença
é favorecida por temperaturas
entre 22 e 26°C.
A
umidade não é um fator limitante, uma vez que
as condições de umidade do solo favoráveis às plantas também são
favoráveis ao patógeno.
Seus sintomas
são inicialmente observados nas folhas
mais velhas, onde se constata
murcha e amarelecimento do tecido do limbo, a
partir de seu bordo, em
forma de “V” com o vértice voltado para a nervura
principal, seguido de necrose do tecido (Figura
6). O sintoma de murcha
nas folhas deve- se
à infecção do patógeno pelas
raízes e posterior colonização ascendente dos vasos do xilema, podendo
atingir os frutos
e sementes. Este sintoma é mais evidente nos períodos mais
quentes do
dia. Desta forma, ao examinar a região vascular, seja haste ou pecíolo, constata-se alteração na coloração, de branca para marrom ou preta. É comum
a ocorrência do patógeno em reboleiras.
Em variedades altamente suscetíveis, a doença pode levar
a murcha total e morte da planta. Entretanto,
na maioria das vezes, as plantas não morrem, mas apresentam
menor desenvolvimento e redução no número e/ou
tamanho dos frutos.
A
murcha-de-verticílio é uma doença monocíclica, ou seja, onde o inóculo inicial tem grande
importância no desenvolvimento da doença.
O fungo pode
permanecer no solo na forma de estruturas de resistência (microescleródios) por muitos anos,
mesmo na ausência do hospedeiro, ou em restos de cultura ou infectando plantas
voluntárias e invasoras.
A disseminação do patógeno no campo se dá por meio
de máquinas e equipamentos contaminados ou água de
chuva ou irrigação, e a
longas distâncias por meio de
sementes e mudas contaminadas.
O controle da
doença consiste no emprego de medidas preventivas, como o uso de sementes sadias;
plantio em áreas livres do patógeno (dar preferência a locais onde não foi plantado tomateiro e outros hospedeiros); destruição
dos restos de cultura; controle rigoroso de plantas voluntárias e invasoras dentro e/ou próximo á
área de cultivo; além da rotação de cultura, principalmente com gramíneas. Não há cultivares resistentes. A adubação equilibrada das plantas também auxilia no
controle da doença, pois possibilita uma maior tolerância das plantas aos efeitos adversos da infecção.
Tombamento de mudas (damping-off) e podridões do colo e raízes - Rhizoctonia
solani, Pythium spp., Phytophthora spp. e Sclerotium
rolfsii.
A podridão do
colo e raízes e o tombamento de mudas são doenças importantes nas fases de sementeira
e viveiro, ou durante os estádios iniciais de desenvolvimento do jiloeiro. Estas doenças podem causar a redução da população de plantas, com reflexos negativos na produtividade. Vários
patógenos podem causar tombamento de
mudas
e
muitos deles são fungos de sistema radicular bastantes adaptados ao solo. O tombamento e a
podridões do colo e raízes são causados
por
fungos, em especial os pertencentes aos gêneros Rhizoctonia, Pythium, Fusarium e
Phytophthora, que são comumente
encontrados no solo e possuem
alta capacidade de atacar plantas
jovens. O tombamento ocorre
normalmente associado ao excesso de
umidade do solo.
Os sintomas
do tombamento iniciam-se
com o encharcamento dos tecidos
da região do coleto, seguido
da murcha da planta e necrose da região encharcada, levando a planta à morte.
Normalmente observa-se o afinamento da região na área infectada, que cauda o tombamento das plantas (Figura 7). Os patógenos também podem afetar a região do coleto causando o anelamento das plantas e a podridão de raízes, reduzindo de forma significativa o crescimento das plantas.
Figura 7. Sintomas de podridão e estrangulamento de colo de mudas de jiló, causados por Pythium sp.
Os patógenos
associados a essas doenças sobrevivem em restos de cultura no solo e são disseminados principalmente por enxurrada, solo aderido a implementos agrícolas
e irrigações por sulco. A alta umidade
do solo (encharcamento) favorece o tombamento causado
por Pythium e Phytophthora.
Solos muito úmidos ou muito secos são desfavoráveis
a R. solani.
A faixa de
temperatura favorável a estas doenças é bastante
ampla. Para R. solani, a doença tende a ser mais severa em temperaturas entre 15 e 18°C. Além da temperatura e
umidade do solo, o
crescimento de ambos os patógenos é influenciado por outros fatores,
como pH, teor de matéria
orgânica e textura
do solo. Plantios
adensados e solos mal drenados podem favorecer a
infecção por estes patógenos.
As principais medidas de controle
são preventivas. Nas sementeiras, recomenda-se o uso de bandejas novas
ou devidamente desinfestadas e substratos de boa drenagem e estéreis. Quando
optar por solo, escolher locais bem
ventilado, solos novos de boa drenagem e realizar a solarização. Deve-se
evitar encharcamento da sementeira e a adubação
nitrogenada em excesso e realizar o raleamento da
sementeira
para favorecer o arejamento das mudas.
Em campo,
evitar plantio em solos mal drenados e contaminados, utilizar menores
densidades de plantio para favorecer o arejamento da
lavoura e não irrigar
excessivamente o campo logo após o
transplantio.
No caso de tombamento causado por Pythium spp. e Phytophthora spp. pode-se realizar
a aplicação direcionada de fungicidas à base de cobre
(oxicloreto de cobre) na região do coleto da
planta. No caso da
podridão-das-raízes causada por Sclerotium rolfsii
ou de tombamento causado por Rhizoctonia pode-se realizar a aplicação
de fungicidas.
Mancha-de-estenfílio – Stemphylium solani
Esta doença pode causar prejuízos
aos produtores de jiló em
anos muito chuvosos. Stemphylium solani já foi relatado atacando
diversas plantas solanáceas no Brasil, como berinjela, tomate, pimentão e
pimentas,
além de plantas invasoras como lobeira, joá-bravo e falso-joá-de-capote e ainda plantas
pertencentes a outras
famílias botânicas como o algodoeiro e o manjericão.
Provoca danos tanto na formação de
muda (Figura
8) quanto nas plantas adultas,
causando lesões nas folhas e redução
da área fotossintética. Os sintomas da doença
ocorrem tanto em folhas velhas como folhas novas
onde são formadas lesões necróticas, irregulares,
pardas, de centro mais claro, podendo ou não romper
a parte central do tecido necrosado (Figura 9).
Figura 8. Sintomas de mancha-de-estenfílio em mudas de jiloeiro.
Figura 9. Sintoma de mancha-de-estenfílio em folha de jiloeiro adulto.
O patógeno
pode sobreviver de um ano para o outro em restos de cultura,
em plantas voluntárias ou associado a outras hospedeiras, inclusive plantas daninhas. A disseminação do patógeno pode ocorrer principalmente por meio de mudas contaminadas
e por ventos. Os esporos germinam
facilmente na presença de
água e em temperatura elevada,
produzindo um intenso crescimento em uma única noite. Temperaturas na faixa de 24
a 27°C e
alta umidade
relativa favorecem a ocorrência de epidemias da doença.
Para o
controle da doença, recomenda-se a rotação de cultura com
espécies não hospedeiras; evitar
o plantio em áreas próximas a lavouras de outras solanáceas; destruição de restos de
cultura; eliminação de plantas daninhas
próximas a área de cultivo e evitar irrigações frequentes, principalmente por aspersão.
Murcha bacteriana – Ralstonia
solanacearum
Em geral,
Ralstonia solanacearum não causa no jiloeiro
tantos danos como causa em tomate e batata. Contudo,
há relatos de destruição de culturas
em algumas Regiões, principalmente Norte e Nordeste.
A doença geralmente aparece formando reboleiras. Plantas afetadas podem não murchar e apresentar
apenas uma redução em crescimento. Quando murcham, o
principal sintoma da doença é a murcha
da parte aérea, principalmente nas horas mais quentes
do dia, recuperando a turgidez nos horários de temperaturas mais amenas (Figura
10). Plantas atacadas pela bactéria apresentam, principalmente na região
do coleto, o escurecimento dos feixes vasculares que podem ser facilmente visualizados realizando-se um corte longitudinal nesta região.
Uma vez instalada a doença, sua erradicação torna-se
praticamente impossível, pois a bactéria
pode sobreviver no solo por longos períodos. Sua disseminação
ocorre através da movimentação do solo,
enxurradas provenientes de campo de
produção
contaminados e implementos agrícolas. As condições ideais
para o desenvolvimento da doença
são temperaturas entre 28 e 30°C e alta umidade do solo. Ferimentos causados
por nematoides e outras pragas de solo servem de porta de entrada para a
bactéria.
A principal
medida para o controle da murcha bacteriana é a prevenção. Assim, recomenda-se plantio
de mudas sadias,
evitar o cultivo
em áreas anteriormente cultivadas com plantas
hospedeiras do patógeno
e tomar cuidados com a origem da água de irrigação. Em áreas infestadas, fazer a solarização do solo, utilizar
rotação de culturas
principalmente com gramíneas por períodos superiores a
dois anos e eliminar plantas daninhas.
Nematoide-das-galhas
- Meloidogyne spp.
O
nematoide-das-galhas, geralmente as espécies Meloidogyne incognita e M. javanica, são as que causam danos mais significativos à
cultura do jiloeiro. Estas apresentam distribuição no Brasil, embora outras espécies como, M. hapla e M. arenaria, sejam observadas em áreas isoladas do país.
Após a penetração dos nematoides nas raízes induz a formação de galhas nas raízes (Figura 11). Após várias invasões nas raízes, por inúmeros juvenis,as galhas formadas apresentam forma alongada e com aspecto de inchaços ao longo do sistema radicular. As galhas também podem se apresentar grandes e irregulares e apodrecer rapidamente devido à invasão de patógenos secundários, tais como fungos e bactérias de solo com intensificação dos danos. O transporte de nutrientes e sais minerais das raízes para a parte aérea das plantas é afetado, resultando em murchas e deficiências nutricionais (Figura 12). Os sintomas no campo podem apresentar-se na forma de reboleiras de formato irregular com plantas raquíticas, murchas e amarelecidas.
Figura 11. Galhas em raízes de jiloeiro causadas por Meloidogyne spp.
Após a penetração dos nematoides nas raízes induz a formação de galhas nas raízes (Figura 11). Após várias invasões nas raízes, por inúmeros juvenis,as galhas formadas apresentam forma alongada e com aspecto de inchaços ao longo do sistema radicular. As galhas também podem se apresentar grandes e irregulares e apodrecer rapidamente devido à invasão de patógenos secundários, tais como fungos e bactérias de solo com intensificação dos danos. O transporte de nutrientes e sais minerais das raízes para a parte aérea das plantas é afetado, resultando em murchas e deficiências nutricionais (Figura 12). Os sintomas no campo podem apresentar-se na forma de reboleiras de formato irregular com plantas raquíticas, murchas e amarelecidas.
Figura 11. Galhas em raízes de jiloeiro causadas por Meloidogyne spp.
Figura 12. Amarelecimento e murcha e jiloeiro causadas pelo ataque do
nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.).
Ocorre
geralmente em períodos mais quentes
do ano, com temperaturas acima de 27ºC, e
em
solos arenosos,
pois favorecem a multiplicação e disseminação do patógeno.
A idade da
planta no momento da penetração e infecção, densidade
populacional do inóculo,
solos arenosos e outros
fatores têm grande interferência sobre os
danos causados pela infecção de Meloidogyne na cultura do jiloeiro.
Existem
diversas formas de disseminação de nematoides, entretanto, destacam-se a irrigação
com água contaminada, mudas contaminadas, movimentação de animais, máquinas e implementos agrícolas e do homem em áreas de cultivo.
O controle
dos nematoides na cultura do jiloeiro é complexo, pois estes organismos são habitantes de solo onde, sob condições
favoráveis de temperatura e umidade,
multiplicam-se com rapidez. Por isso,
o controle
efetivo envolve a integração de várias medidas, principalmente a escolha da área de plantio
e o preparo das mudas. Outras medidas
para o controle desses patógenos incluem: rotação de culturas com espécies não hospedeiras como amendoim, braquiárias e mamona; alqueive com arações e com o revolvimento periódico
do solo em períodos de 15 a 20 dias antes do plantio
para exposição dos nematoides
a radiação solar; uso de
plantas
antagonistas como Crotalaria spectabilis, C. breviflora, cravo-de-defunto e mucunas.
O uso de
matéria orgânica contribui para a redução dos níveis populacionais dos nematoides e funciona como condicionador do solo, favorecendo suas propriedades físicas, além de contribuir
com fornecimento
de nutrientes, principalmente o nitrogênio. As plantas são favorecidas em relação ao ataque dos nematoides pelo seu crescimento mais vigoroso. Além disso, a matéria orgânica
estimula o aumento da população
de microrganismos de solo,
em especial de inimigos
naturais dos
nematoides, além de liberar substâncias tóxicas que
contribuem para a mortalidade destes.
A eliminação de plantas daninhas
hospedeiras como arrebenta- cavalo (Solanum aculeatissimum Jacq.), caruru-da-espinho (Amaranthus spinosus L.), maria-pretinha (Solanum americanum Mill.), melão-de-são-caetano
(Momordica charantia L.)
e outras e a remoção de restos de culturais ou sua
exposição aos raios solares também reduzem
consideravelmente
a população de nematoides para os próximos plantios.
Principais insetos e ácaros
Mosca-branca - Bemisia
tabaci biótipo B
A
mosca-branca é um Hemíptero da família Aleyrodidae,
que possui 1 mm de comprimento e quatro asas membranosas recobertas por uma pulverulência branca
(Figura 13). Vivem
geralmente em colônias
numerosas na face inferior da folha, onde a fêmea realiza a postura dos ovos de preferência nas
folhas novas em desenvolvimento no terço apical e mediano da planta. Cada fêmea produz
em média de 150 a 160 ovos durante o ciclo de vida, que
dura em média 15 dias.
Tanto ninfas como adultos
sugam a seiva da planta,
favorecendo o aparecimento da fumagina (Capnodium sp.), que prejudica a fotossíntese da planta. Contudo,
os maiores prejuízos observados na
cultura deve-se a injeção de toxinas no sistema vascular, que
afeta a fisiologia da planta.
O manejo da
mosca-branca pode ser realizado por meio de
medidas preventivas de controle, como
a instalação de telado em viveiros e sementeiras, utilização de barreiras com milho,
sorgo ou crotalária ao redor da área de
plantio e cobertura morta. O
controle químico pode ser realizado com a pulverização
direcionada de imidaclopride nas folhas infestadas.
Pulgões - Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae
Os pulgões
pertencem à família Aphididae. São insetos de 1
a 2 mm de comprimento, com corpo periforme e mole, antenas bem desenvolvidas e aparelho bucal tipo sugador.
No final do abdome
possuem dois
apêndices tubulares laterais, chamados sifúnculos e um central,
denominado codícula (Figura
14), por onde são expelidas
grandes quantidades de líquido adocicado.
Figura 14. Pulgão Myzus persicae.
Vivem agrupados
em colônias, compostas por ninfas e adultos, alojadas
na face inferior
das folhas da planta. No Brasil só ocorrem
pulgões fêmeas, que se reproduzem por partenogênese. Ao se alimentarem, injetam toxinas nas plantas, induzindo
o aparecimento de necroses, principalmente ao longo das nervuras.
Além dos danos diretos, podem ser vetores
de viroses.
Para o controle desses insetos utilizam-se as mesmas práticas
recomendadas para o controle da
mosca-branca.
Tripes – Frankliniella schultzei e Thrips palmi
Pertence à ordem Thysanoptera,
família Thripidae.
Thrips palmi. É uma praga polífaga, que ataca jiló, berinjela, pepino e pimentão.
Já Frankliniella
schultzei está disseminada no continente americano, principalmente nas zonas tropicais, subtropicais e temperadas,
onde ataca diversos
hospedeiros.
Os tripes são insetos pequenos de 1,5 a 3 mm de comprimento e coloração bem escura (F. schultzei) ou marrom-clara (T. palmi) e asas franjadas (Figura 15), que se alimentam da seiva de folhas e ramos novos da planta, onde causam estrias ou áreas prateadas, enrugamento, atrofia e morte, que podem levar à perda do vigor da planta e à redução na produção.
De modo geral, recomendam-se as mesmas práticas mencionadas para o controle da mosca-branca.
Os tripes são insetos pequenos de 1,5 a 3 mm de comprimento e coloração bem escura (F. schultzei) ou marrom-clara (T. palmi) e asas franjadas (Figura 15), que se alimentam da seiva de folhas e ramos novos da planta, onde causam estrias ou áreas prateadas, enrugamento, atrofia e morte, que podem levar à perda do vigor da planta e à redução na produção.
De modo geral, recomendam-se as mesmas práticas mencionadas para o controle da mosca-branca.
Figura 15. Adulto de Thrips palmi.
Percevejo-rendado - Corythaica
cyathicollis
O percevejo é
um hemíptero da família Tingidae. Apresenta o
corpo todo reticulado (rendado) na
parte superior e coloração palha na parte dorsal, com manchas
escuras. Apresenta de 3,0 a 3,5 mm de comprimento. As ninfas são ápteras e de coloração esbranquiçada, dotadas de espinhos espalhados pelo corpo. Vivem na face inferior das folhas, onde promovem a sucção da seiva e injeção
de toxinas. O local do ataque apresenta
coloração esbranquiçada para depois secar.
Surgem também outras manchas de coloração preta, que correspondem às dejeções do inseto. As plantas ficam enfraquecidas e predispostas ao ataque
de patógenos.
A fêmea pode viver até 30 dias e depositar até
300 ovos.
Percevejo-dos-frutos – Phthia picta
É um
hemíptero da família Coreidae que possui corpo com 16 mm de comprimento, coloração escura,
cabeça parda e pronoto com uma faixa amarela ou
avermelhada no bordo superior (Figura 16).
Os prejuízos
ocasionados na cultura se devem a sucção da
seiva e às picadas de prova nos frutos
por ninfas e adultos.
Em consequência, os frutos murcham e apodrecem. Geralmente o
percevejo dos frutos ocorre
nos meses mais quentes do ano.
Figura 16. Phthia picta em
fruto de jiloeiro.
Para o manejo adequado desta praga devem-se adotar táticas de controle cultural e
evitar o cultivo de jiloeiro próximo a outras
solanáceas. Além disso, recomenda-se a eliminação de frutos de jiló atacados
pela praga. Atualmente, não existem inseticidas registrados para o controle desta praga na cultura do jiló.
Vaquinhas - Diabrotica speciosa,
Maecolaspis assimilis, Epicauta
atomaria e Epitrix fasciata
Estes três besouros pertencem
à família Chrysomelidae e são extremamente
polífagos. Diabrotica speciosa mede
de 5 a 6 mm de comprimento e possui coloração verde com três manchas amareladas
(Figura 17). Maecolaspis
Figura 17. Adulto de Diabrotica
speciosa.
assimilis apresenta coloração verde, com aproximadamente 10 mm de comprimento. Epicauta atomaria possui de 8 a 17 mm de comprimento, coloração cinza e pontos pretos
distribuídos nos élitros.
Epitrix fasciata apresenta coloração
marrom, comprimento de 2 mm
e o último par de pernas do tipo saltatória.
De uma
maneira geral, estes besouros se alimentam das folhas
do jiloeiro, causando
pequenos orifícios arredondados no limbo foliar. As fêmeas geralmente fazem a postura no solo, de onde eclodem
as larvas que podem se alimentar das raízes da planta.
Para o manejo adequado deve-se evitar o cultivo
próximo a leguminosas. Atualmente não existem
inseticidas registrados para o controle
destas pragas na cultura do jiló.
Ácaros - Tetranychus urticae,
Tetranychus evansi e Aculops lycopersici
O ácaro Aculops lycopersici pertence à família Eriophyidae e apresenta corpo vermiforme, com 0,2 mm de
comprimento e coloração branco leitosa, invisível a
olho nu. Desenvolve-se nas folhas e hastes da
planta, causando bronzeamento e queda de folhas.
Outras duas
espécies de ácaros da família Tetranychidae,
T. urticae e T. evansi também estão
associadas ao jiloeiro. T. urticae apresenta coloração marrom
esverdeada com duas manchas dorsais
escuras (Figura 18), enquanto T. evansi
apresenta coloração avermelhada. Ambas as
Figura 18. Colônia de Tetranychus urticae.
O aumento
populacional dos ácaros é favorecido por temperaturas altas, baixas precipitações e o uso de fertilizantes nitrogenados. Nestas condições, o ataque dos ácaros
causa o secamento das folhas
e, quando ocorrem plantios
escalonados sua disseminação é realizada de uma lavoura
para outra.
O controle
é realizado com base nas táticas de controle
cultural, evitando-se o escalonamento dos cultivos, plantio
na direção oposta aos ventos predominantes, excesso
de adubação nitrogenada, entre outras.
Lagartas-rosca - Agrotis
ipsilon e Agrotis
subterranea
Pertencem à
família Noctuidae e são extremamente polífagas, atacando uma ampla gama de hospedeiro. Os adultos possuem corpo marrom escuro, com as asas posteriores de coloração
mais clara (Figura 19A). As
lagartas são de
coloração marrom-escura e
vivem durante o dia próximas às plantas, abaixo
da superfície do solo. As lagartas, quando
tocadas, enrolam-se
rapidamente, permanecendo nesta posição por algum tempo,
como se estivessem mortas (Figura
19B). Apresentam hábitos
noturnos, cortando as plantas ao nível do solo, causando
sua morte e,
consequentemente, redução do estande de plantas.
Figura 19. Fêmea adulta (A) e lagarta (B) de Agrotis ipsilon.
Não há
inseticidas registrados para o manejo destas pragas no jiloeiro. Sendo assim, o manejo pode ser realizado com práticas culturais, como a aração
do solo com objetivo de reduzir a infestação, uma vez que as lagartas
e pupas ficam
expostas à ação de raios solares e inimigos naturais.
Os principais inimigos naturais são parasitóides das famílias Ichneumonidae (Hymenoptera) e Tachinidae (Diptera) e os predadores, como as vespas da família Vespidae e
os besouros da família Carabidae.
Brocas do fruto - Neoleucinodes elegantalis
e
Helicoverpa zea
Neoleucinodes elegantalis pertence à família Crambidae e é conhecida
vulgarmente como a broca pequena do fruto. O adulto é uma mariposa de cor branca com 25 mm de
comprimento. As lagartas
maduras medem cerca de 10 mm de comprimento e
possuem coloração rosada, com o primeiro segmento
torácico amarelado (Figura
20A). O período larval dura cerca de 20 dias, com as lagartas se alimentando dos frutos da planta.
35 mm de comprimento e corpo com coloração variando de verde-claro, marrom ou quase preta.
O adulto de Helicoverpa zea possui coloração marrom clara ou amarelada. A asa
anterior possui uma mancha
arredondada de cor escura no centro. Já a asa
posterior é acinzentada, com uma faixa
escura na margem posterior (Figura 20B). A lagarta quando totalmente madura pode alcançar
até
35 mm de comprimento e corpo com coloração variando de verde-claro, marrom ou quase preta.
Figura 20. Fêmea adulta de Neoleucinodes elegantalis (A) e de Helicoverpa
zea (B).
Não
existe nenhum inseticida registrado para o manejo destas
pragas no jiloeiro.
Sendo assim, o manejo deve se basear no uso de
práticas de controle
cultural e biológico.
Coleobrocas – Agathomerus
spp, Adetus pulchellus, Alcidion bicristalum e Faustinus sp.
A espécie
Agathomerus sp. pertence à família Megalopodidae e possui larvas
com cerca de 1,5 mm de comprimento, que causam o broqueamento dos ramos
laterais da planta.
As espécies Adetus
pulchellus, comumente citado na
literatura como Adetus socius e Alcidion
bicristalum pertencem à família Cerambycidae. Os adultos possuem de 8-11 mm de comprimento e antenas compridas
voltadas para trás. As larvas
possuem a parte anterior do corpo mais dilatada e causam o broqueamento da parte basal dos ramos do jiloeiro.
Faustinus sp. pertence
à família Curculionidae. O adulto
possui cerca de 5 mm de comprimento,
cabeça com rostro voltado
para baixo. As fêmeas depositam os ovos nas hastes da planta e após alguns
dias as larvas
emergem e fazem galerias profundas nas hastes, podendo causar sua morte.
Como medida
de controle recomenda-se a retirada das partes atacadas, destruição ou incorporação dos restos
culturais e a destruição mecânica dos ninhos.
Na Tabela 1
são apresentados os fungicidas e inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a cultura
do jiloeiro.
Tabela 1. Fungicidas e inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
para a cultura do jiloeiro.
FONTE: EMBRAPA
meu pé jiló esta com as flores caindo tudo. ja tem 1 mes mas o menos que esta esta dando flor mas nao esta segurando. gostaria de saber o motivo???
ResponderExcluirDoença, veja isso, é muito sério, cu
ExcluirProvavelmente falta de Calcio e Boro
ExcluirAGUARDO RESPOSTA.
ResponderExcluirMuito bom o artigo parabéns
ResponderExcluirobrigado, dei meu melhor
ExcluirMeus gilozeiros estao amarelando as folhas e caiu a produçao e os jlos estao esbranquiçado.
ResponderExcluirComo fazer controle da pinta preta,tem cura ou não ?
ResponderExcluirCercobim ajuda a segurar...mas nao tem cura nao
ExcluirMeu goleiro está produzindo muito mas os frutos estão ficando marrons.
ResponderExcluirComo devo tratar?
Desculpe meu corretor.
ResponderExcluirQuis dizer giloeiro.
Qual é o produto para acabar com as manchas pretas de jiló
ResponderExcluirQual é o produto que se usa para acabar com as manchas pretas no jiló
ResponderExcluirQual o incenticida para os jilos os meus estão com as folhas enrugadas e cheia de bragas brancas
ResponderExcluirMim da uma dica o que devo fazer
Passa veneno para o acaro
ExcluirQue produto posso usar. Os pés de gilós esta o com as folhas enrugadas e encolhidas em forma de concha para a parte inferior da Folha.
ResponderExcluirMeu pé de gilo está com os gilo Maron ecaindo
ResponderExcluirO jilo queeu plantei foi cmeidor pragas
ResponderExcluirMeu pé de jiló está amarelando as folhas o que eu devo fazer?
ResponderExcluirAplicar alguma fonte de Nitrogênio
ExcluirGostaria de saber se o pé do jiló tem espinhos ,porque aqui perto onde moro tem tem um pé de planta e parece muito com o pé do jiló .
ResponderExcluirAs folhas de meu jovem pé de jiló estão com as folhas meio amarelas. Que nutriente está faltando?
ResponderExcluirAs folhas de meu pé de jiló está todas furadas que devo fazer
ExcluirMeu pé de jiló em vaso está no meio da folha que está nascendo com vários bichinhos de cor marrom o que pode ser e como combater essa praga nas minhas folhas
ResponderExcluirQual fungicida devo usar para podridão no jiló.? Devo corrigir a terra com calcário e boro? Obrigada
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