quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Pragas e Doenças

PRAGAS E DOENÇAS 
Caixa de texto: Foto: Miguel Michereff Filho

Antracnose dos frutos - Colletotrichum gloeosporioides e C. acutatum

A antracnose é relatada como a doença mais importante na cultura em condições de  clima ameno a quente e alta umidade relativa. Em épocas chuvosas e em locais de alta concentração de inóculo a doença pode afetar 100% dos   frutos.
Duas espécies fúngicas foram descritas como agentes causais da antracnose em jiloeiro no Brasil, Colletotrichum gloeosporioides e C.  acutatum.
Os patógenos atacam as plantas em qualquer fase de desenvolvimento. Nos frutos, os danos são mais importantes, tanto em campo como na fase pós- colheita.

Os sintomas típicos da doença nos frutos   consistem em lesões deprimidas de formato e diâmetro variáveis, onde sob condições de alta umidade, ocorre a produção de uma massa rosada de conídios produzidos em acérvulos no    centro das  lesões  (Figura  1).  Esses  sintomas,  por vezes,


Figura 1. Sintomas de antracnose nos frutos do  jiloeiro.


aparecem após a colheita e durante o transporte dos frutos, acarretando prejuízos ainda maiores com a depreciação quase total do produto para a comercialização. Nas folhas e ramos os sintomas manifestam-se em forma de pequenas lesões necróticas de contornos circulares a alongados (Figura 2)
Figura 2. Sintomas da antracnose em fruto novo e em folha de jiloeiro.

A doença é favorecida por temperaturas altas e presença de chuvas ou irrigação por aspersão, devido à fácil dispersão dos conídios do patógeno dentro da lavoura por meio de   aerossóis.
O patógeno sobrevive em restos culturais e em frutos mumificados. Sementes contaminadas  também podem constituir-se numa importante fonte de inóculo e de disseminação do patógeno a longas distâncias.

As medidas de controle recomendadas para a antracnose consistem no uso de    sementes

sadias;  plantio  de  cultivares tolerantes a  doença (ex. cultivar Tinguá); plantio em áreas distantes a outras solanáceas hospedeiras, de preferência áreas mais altas e de menor umidade; realização do raleio da cultura a fim de permitir melhor arejamento das plantas; eliminação de frutos doentes ou partes infectadas da planta; destruição de restos da cultura; rotação de culturas e tratamento químico com  fungicidas à  base  de cobre.

Podridões-de-frutos (Phytophthora spp.;

Sclerotium rolfsii; Pectobacterium spp.)

Alguns fungos, oomicetos e bactérias atacam os frutos do jiloeiro e causam diversos tipos    de
podridões. Entre os fungos, além de Colletotrichum spp., Sclerotium rolfsii pode atacar os frutos em contato com o solo e causar uma podridão com presença de mofo branco e escleródios aderidos a estes (Figura 3). Duas espécies de Phytophthora têm sido relatadas como agentes causais de podridões em frutos de jiloeiro, P. nicotianae
e P. capsici. Estas podridões são frequentes na estação chuvosa e se iniciam como     lesão
amarronzada, progredindo para podridão total do fruto, quando estes ficam cobertos por um mofo branco cotonoso, nas horas de alta umidade do ar (Figura 4). Espécies de bactérias do gênero Pectobacterium, antes conhecidas como Erwinia.


Figura 3. Podridão em frutos de jiló, causada por Sclerotium rolfsii.

 Figura 4. Podridão em fruto de jiló, causada por Phytophthora nicotianae.

Figura 5. Podridão mole, causada por uma bactéria pectionolítica, em fruto de jiló.


Murcha-de-Verticílio – Verticillium  dahliae
A murcha-de-Verticílio é uma doença importante em jiló no Brasil. Sua ocorrência tem aumentando nas regiões onde se cultiva o jiló e outras solanáceas como o tomate e a berinjela. Verticillium  dahliae ataca diversas culturas, como amendoim, quiabo, berinjela, tomate, morango, melão, batata, algodão, feijão e outras; e plantas daninhas, como beldroega, guanxuma, joá,  maria-pretinha e  datura.  A doença
é favorecida por temperaturas entre 22 e 26°C.
A umidade não é um fator limitante, uma vez que as condições de umidade do solo favoráveis às plantas também são favoráveis ao patógeno.

Seus sintomas são inicialmente observados nas  folhas mais velhas, onde se constata murcha e amarelecimento do tecido do limbo, a partir de seu bordo, em forma de “V” com o vértice voltado   para a nervura principal, seguido de necrose do tecido (Figura 6). O sintoma de murcha nas folhas deve- se à infecção do patógeno pelas raízes e posterior colonização ascendente dos vasos do xilema, podendo atingir os frutos e sementes. Este sintoma é mais evidente nos períodos mais quentes   do
dia. Desta forma, ao examinar a região vascular, seja haste ou pecíolo, constata-se alteração na coloração, de branca para marrom ou preta. É comum a ocorrência do patógeno em   reboleiras.
Em variedades altamente suscetíveis, a doença pode levar a murcha total e morte da planta.   Entretanto, na maioria das vezes, as plantas não morrem, mas apresentam menor desenvolvimento e redução no número e/ou tamanho dos  frutos.


 Figura 6. Sintomas de murcha-de-verticílio em jiloeiro.


A murcha-de-verticílio é uma doença monocíclica, ou seja, onde o inóculo inicial tem grande importância no desenvolvimento da  doença.
O fungo pode permanecer no solo na forma de estruturas de resistência (microescleródios) por muitos anos, mesmo na ausência do hospedeiro, ou em restos de cultura ou infectando plantas voluntárias  e invasoras.

A disseminação do patógeno no campo se por meio de máquinas e equipamentos contaminados ou água  de  chuva ou  irrigação, e  a  longas distâncias por meio de sementes e mudas   contaminadas.

O controle da doença consiste no emprego de medidas preventivas, como o uso de  sementes sadias; plantio em áreas livres do patógeno (dar preferência a locais onde não foi plantado  tomateiro  e outros hospedeiros); destruição dos restos de cultura; controle rigoroso de plantas voluntárias e invasoras dentro e/ou próximo á área de cultivo; além da rotação de cultura, principalmente com gramíneas. Não há cultivares resistentes. A adubação equilibrada das plantas também auxilia no controle da doença, pois possibilita uma maior tolerância das plantas aos efeitos adversos da  infecção.


Tombamento de mudas (damping-off) e podridões do colo e raízes - Rhizoctonia solani, Pythium spp., Phytophthora spp. e Sclerotium rolfsii.

A podridão do colo e raízes e o tombamento de mudas são doenças importantes nas fases de sementeira e viveiro, ou durante os estádios iniciais de desenvolvimento do jiloeiro. Estas doenças podem causar a redução da população de plantas, com reflexos negativos na produtividade. Vários patógenos podem causar tombamento de   mudas
e muitos deles são fungos de sistema radicular bastantes adaptados ao solo. O tombamento e a podridões do colo e raízes são causados    por
fungos, em especial os pertencentes aos gêneros Rhizoctonia, Pythium, Fusarium e Phytophthora, que são comumente encontrados no solo e possuem alta capacidade de atacar plantas jovens. O tombamento ocorre normalmente associado ao excesso de umidade do   solo.

Os sintomas do tombamento iniciam-se com o encharcamento dos tecidos da região do coleto, seguido da murcha da planta e necrose da região encharcada, levando a planta à morte. Normalmente observa-se o afinamento da região na   área infectada, que cauda o tombamento das plantas (Figura 7). Os patógenos também podem afetar      a região do coleto causando o anelamento das plantas e a podridão de raízes, reduzindo de forma significativa  o  crescimento  das plantas.


Figura 7. Sintomas de podridão e estrangulamento de colo de mudas de jiló, causados por Pythium    sp.

 Os patógenos associados a essas doenças sobrevivem em restos de cultura no solo e são disseminados principalmente por enxurrada, solo aderido a implementos agrícolas e irrigações por sulco. A alta umidade do solo (encharcamento) favorece o tombamento causado por Pythium e Phytophthora. Solos muito úmidos ou muito secos são  desfavoráveis  a  R. solani.

A faixa de temperatura favorável a estas doenças é bastante ampla. Para R. solani, a doença tende a ser mais severa em temperaturas entre 15 e 18°C. Além da temperatura e umidade do solo, o
crescimento de ambos os patógenos é influenciado por outros fatores, como pH, teor de matéria orgânica e textura do solo. Plantios adensados e solos mal drenados podem favorecer a infecção por estes  patógenos.

As principais medidas de controle são preventivas. Nas sementeiras, recomenda-se o uso de bandejas novas ou devidamente desinfestadas e substratos de boa drenagem e estéreis. Quando optar   por solo, escolher locais bem ventilado, solos     novos de boa drenagem e realizar a solarização. Deve-se evitar encharcamento da sementeira e a adubação nitrogenada em excesso e realizar o raleamento   da
sementeira para favorecer o arejamento das   mudas.
Em campo, evitar plantio em solos mal  drenados e contaminados, utilizar menores densidades de plantio para favorecer o arejamento da lavoura e não  irrigar  excessivamente o  campo logo  após o
transplantio. No caso de tombamento causado por Pythium spp. e Phytophthora spp. pode-se realizar a aplicação direcionada de fungicidas à base de cobre (oxicloreto de cobre) na região do coleto da planta.  No  caso da  podridão-das-raízes causada por Sclerotium rolfsii ou de tombamento causado por Rhizoctonia pode-se realizar a aplicação de fungicidas.

Mancha-de-estenfílio – Stemphylium solani

Esta doença pode causar prejuízos aos    produtores de jiló em anos muito chuvosos. Stemphylium  solani foi relatado atacando diversas plantas solanáceas no Brasil, como berinjela, tomate, pimentão   e
pimentas, além de plantas invasoras como lobeira, joá-bravo e falso-joá-de-capote e ainda plantas pertencentes a outras famílias botânicas como o algodoeiro e o manjericão.

Provoca danos tanto na formação de muda    (Figura
8) quanto nas plantas adultas, causando lesões nas folhas e redução da área fotossintética. Os sintomas da doença ocorrem tanto em folhas velhas como folhas novas onde são formadas lesões necróticas, irregulares, pardas, de centro mais claro, podendo ou não romper a parte central do tecido necrosado (Figura 9).

Figura 8. Sintomas de mancha-de-estenfílio em mudas de jiloeiro.
Figura 9. Sintoma de mancha-de-estenfílio em folha de jiloeiro adulto.
O patógeno pode sobreviver de um ano para o outro em restos de cultura, em plantas voluntárias ou associado a outras hospedeiras, inclusive plantas daninhas. A disseminação do patógeno pode ocorrer principalmente por meio de mudas  contaminadas
e por ventos. Os esporos germinam facilmente na presença de água e em temperatura   elevada,
produzindo um intenso crescimento em uma única noite. Temperaturas na faixa de 24 a 27°C   e
alta umidade relativa favorecem a ocorrência de epidemias  da doença.

Para o controle da doença, recomenda-se a rotação de  cultura com  espécies não  hospedeiras; evitar
o plantio em áreas próximas a lavouras de outras solanáceas; destruição de restos de cultura; eliminação de plantas daninhas próximas a área de cultivo e evitar irrigações frequentes, principalmente por aspersão.

Murcha bacteriana – Ralstonia solanacearum

Em geral, Ralstonia solanacearum não causa no jiloeiro tantos danos como causa em tomate e batata. Contudo, relatos de destruição de culturas em algumas Regiões, principalmente  Norte e Nordeste.

A doença geralmente aparece formando reboleiras. Plantas afetadas podem não murchar e apresentar apenas uma redução em crescimento. Quando murcham, o principal sintoma da doença é a murcha da parte aérea, principalmente nas horas mais quentes do dia, recuperando a turgidez nos horários de temperaturas mais amenas (Figura 10). Plantas atacadas pela bactéria apresentam, principalmente na região do coleto, o escurecimento dos feixes vasculares que podem ser facilmente visualizados realizando-se um corte longitudinal nesta   região.

Uma vez instalada a doença, sua erradicação torna-se praticamente impossível, pois a bactéria pode sobreviver no solo por longos períodos. Sua disseminação  ocorre  através  da movimentação do solo, enxurradas provenientes de campo   de
produção contaminados e implementos agrícolas. As condições ideais para o desenvolvimento da doença são temperaturas entre 28 e 30°C e alta umidade do solo. Ferimentos causados por nematoides e outras pragas de solo servem de porta de entrada para a bactéria.

 Figura 10. Sintomas de murcha bacteriana em jiloeiro, causada por Ralstonia solanacearum.



A principal medida para o controle da murcha bacteriana é a prevenção. Assim, recomenda-se plantio de mudas sadias, evitar o cultivo em áreas anteriormente cultivadas com plantas hospedeiras do patógeno e tomar cuidados com a origem da água de irrigação. Em áreas infestadas, fazer a solarização do solo, utilizar rotação de culturas principalmente com gramíneas por períodos superiores a dois anos e eliminar plantas    daninhas.

Nematoide-das-galhas - Meloidogyne spp.

O nematoide-das-galhas, geralmente as espécies Meloidogyne incognita e M. javanica, são as que causam danos mais significativos à cultura do jiloeiro. Estas apresentam distribuição no Brasil,  embora outras espécies como, M. hapla e M. arenaria, sejam observadas em áreas isoladas do  país.

Após a penetração dos nematoides nas raízes induz a formação de galhas nas raízes (Figura 11). Após várias invasões nas raízes, por inúmeros    juvenis,as galhas formadas apresentam forma alongada e com aspecto de inchaços ao longo do sistema radicular. As galhas também podem se apresentar grandes e irregulares e apodrecer rapidamente devido à invasão de patógenos secundários, tais como fungos e bactérias de solo com intensificação dos danos. O transporte de nutrientes e sais minerais das raízes para a parte aérea das plantas é afetado, resultando em murchas e deficiências nutricionais (Figura 12). Os sintomas no campo podem apresentar-se na forma de reboleiras de formato irregular com plantas raquíticas, murchas e amarelecidas.




Figura 11. Galhas em raízes de jiloeiro causadas por  Meloidogyne spp.
Figura 12. Amarelecimento e murcha e jiloeiro causadas pelo ataque do nematoide-das-galhas (Meloidogyne   spp.).

Ocorre geralmente em períodos mais   quentes do ano, com temperaturas acima de 27ºC, e    em
solos arenosos, pois favorecem a multiplicação e disseminação  do patógeno.

A idade da planta no momento da penetração e infecção, densidade populacional do inóculo, solos arenosos e outros fatores têm grande interferência sobre os danos causados pela infecção de Meloidogyne na cultura do  jiloeiro.

Existem diversas formas de disseminação de nematoides, entretanto, destacam-se a irrigação com água contaminada, mudas contaminadas, movimentação de animais, máquinas e implementos agrícolas e do homem em áreas de cultivo.

O controle dos nematoides na cultura do jiloeiro é complexo, pois estes organismos são habitantes de solo onde, sob condições favoráveis de temperatura e  umidade, multiplicam-se com  rapidez. Por  isso,
o controle efetivo envolve a integração de várias medidas, principalmente a escolha da área de plantio e o preparo das mudas. Outras medidas para o controle desses patógenos incluem: rotação de culturas com espécies não hospedeiras como amendoim, braquiárias e mamona; alqueive com arações e com o revolvimento periódico do    solo em períodos de 15 a 20 dias antes do plantio para exposição dos nematoides a radiação solar; uso    de
plantas antagonistas como Crotalaria spectabilis, C. breviflora, cravo-de-defunto e mucunas.

O uso de matéria orgânica contribui para    a  redução dos níveis populacionais dos nematoides e funciona como condicionador do solo, favorecendo suas propriedades físicas, além de   contribuir
com  fornecimento  de  nutrientes, principalmente  o nitrogênio. As plantas são favorecidas em relação ao ataque dos nematoides pelo seu crescimento mais vigoroso. Além disso, a matéria orgânica estimula o aumento da população de microrganismos de solo, em especial de    inimigos
naturais dos nematoides, além de liberar substâncias tóxicas que contribuem para a mortalidade   destes.
A eliminação de plantas daninhas hospedeiras como arrebenta- cavalo (Solanum aculeatissimum Jacq.), caruru-da-espinho  (Amaranthus  spinosus L.), maria-pretinha (Solanum americanum Mill.), melão-de-são-caetano (Momordica charantia  L.)
e outras e a remoção de restos de culturais ou sua exposição aos raios solares também    reduzem
consideravelmente a população de nematoides para os  próximos plantios.

Principais insetos e ácaros
Mosca-branca - Bemisia tabaci biótipo B

A mosca-branca é um Hemíptero da família Aleyrodidae, que possui 1 mm de comprimento e quatro asas membranosas recobertas por uma pulverulência branca (Figura 13). Vivem geralmente em colônias numerosas na face inferior da folha, onde a fêmea realiza a postura dos ovos de preferência  nas  folhas novas em  desenvolvimento no terço apical e mediano da planta. Cada fêmea produz em média de 150 a 160 ovos durante o ciclo de vida, que dura em média 15 dias.


 Figura 13. Colônia de moscas brancas Bemisia tabaci biótipo   B.



Tanto ninfas como adultos sugam a seiva da planta, favorecendo o aparecimento da fumagina (Capnodium sp.), que prejudica a fotossíntese da planta. Contudo, os maiores prejuízos observados na cultura deve-se a injeção de toxinas no sistema vascular, que afeta a fisiologia da    planta.

O manejo da mosca-branca pode ser realizado por meio de medidas preventivas de controle,   como
a instalação de telado em viveiros e sementeiras, utilização de barreiras com milho, sorgo   ou crotalária ao redor da área de plantio e cobertura morta. O controle químico pode ser realizado com a pulverização direcionada de imidaclopride nas folhas infestadas.

Pulgões - Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae

Os pulgões pertencem à família Aphididae. São insetos de 1 a 2 mm de comprimento, com corpo periforme e mole, antenas bem desenvolvidas e aparelho bucal tipo sugador. No final do abdome
possuem dois apêndices tubulares laterais, chamados sifúnculos e um central, denominado codícula (Figura 14), por onde são expelidas grandes quantidades de líquido   adocicado.

  Figura 14. Pulgão Myzus persicae.


Vivem  agrupados  em  colônias,  compostas por ninfas e adultos, alojadas na face inferior das folhas da planta. No Brasil só ocorrem pulgões    fêmeas, que se reproduzem por partenogênese. Ao se alimentarem, injetam toxinas nas plantas, induzindo o aparecimento de necroses, principalmente ao longo das nervuras. Além dos danos diretos, podem ser  vetores  de viroses.

Para o controle desses insetos utilizam-se as mesmas práticas recomendadas para o controle da mosca-branca.

Tripes Frankliniella schultzei e Thrips palmi

Pertence à ordem Thysanoptera, família   Thripidae.
Thrips palmi. É uma praga polífaga, que ataca jiló, berinjela, pepino e pimentão. Frankliniella
schultzei está disseminada no continente americano, principalmente nas zonas tropicais, subtropicais e temperadas,  onde  ataca  diversos hospedeiros.

Os tripes são insetos pequenos de 1,5 a 3 mm de comprimento e coloração bem escura (F. schultzei) ou marrom-clara (T. palmi) e asas franjadas (Figura 15), que se alimentam da seiva de folhas e ramos novos da planta, onde causam estrias ou áreas prateadas, enrugamento, atrofia e morte, que podem levar à perda do vigor da planta e à redução na produção.

De modo geral, recomendam-se as mesmas práticas mencionadas para o controle da   mosca-branca.
Figura 15. Adulto de Thrips palmi.

Percevejo-rendado - Corythaica cyathicollis

O percevejo é um hemíptero da família Tingidae. Apresenta o corpo todo reticulado (rendado) na parte superior e coloração palha na parte dorsal, com manchas escuras. Apresenta de  3,0  a  3,5 mm de comprimento. As ninfas são ápteras e de coloração esbranquiçada, dotadas de espinhos espalhados pelo corpo. Vivem na face inferior das folhas, onde promovem a sucção da seiva e injeção de toxinas. O local do ataque    apresenta
coloração esbranquiçada para depois secar. Surgem também outras manchas de coloração preta, que correspondem às dejeções do inseto. As plantas ficam enfraquecidas e predispostas ao   ataque
de patógenos. A fêmea pode viver até 30 dias e depositar até 300 ovos.

Para o manejo adequado do percevejo deve-se evitar o cultivo próximo a outras solanáceas e realizar as táticas de controle cultural, com rotação de cultura, destruição de restos culturais, etc. Atualmente não existem inseticidas registrados para o controle desta praga na cultura do  jiló.

Percevejo-dos-frutos – Phthia  picta

É um hemíptero da família Coreidae que possui corpo com 16 mm de comprimento, coloração escura, cabeça parda e pronoto com uma faixa amarela ou avermelhada no bordo superior (Figura  16).

Os prejuízos ocasionados na cultura se devem a sucção da seiva e às picadas de prova nos  frutos
por ninfas e adultos. Em consequência, os frutos murcham e apodrecem. Geralmente o percevejo dos frutos ocorre nos meses mais quentes do    ano.

Figura 16. Phthia picta em fruto de jiloeiro.


Para o manejo adequado desta praga devem-se adotar táticas de controle cultural e evitar o cultivo de  jiloeiro próximo a  outras  solanáceas. Além disso, recomenda-se a eliminação de frutos de jiló atacados pela praga. Atualmente, não existem inseticidas registrados para o controle desta praga na cultura do  jiló.

Vaquinhas - Diabrotica speciosa, Maecolaspis assimilis, Epicauta atomaria e Epitrix fasciata

Estes três besouros pertencem à família Chrysomelidae e são extremamente polífagos. Diabrotica speciosa mede de 5 a 6 mm de comprimento e possui coloração verde com três manchas  amareladas  (Figura  17). Maecolaspis
  
   
 Figura 17. Adulto de Diabrotica speciosa.

assimilis apresenta coloração verde, com aproximadamente 10 mm de comprimento. Epicauta atomaria possui de 8 a 17 mm de comprimento, coloração cinza e pontos pretos distribuídos nos élitros. Epitrix fasciata apresenta coloração marrom, comprimento de 2 mm e o último par de pernas do tipo saltatória.

De uma maneira geral, estes besouros se alimentam das folhas do jiloeiro, causando pequenos orifícios arredondados no limbo foliar. As fêmeas geralmente fazem a postura no solo, de onde eclodem as larvas que podem se alimentar das raízes da   planta.

Para o manejo adequado deve-se evitar o cultivo próximo a leguminosas. Atualmente não existem inseticidas registrados para o controle destas pragas na cultura do  jiló.

Ácaros - Tetranychus urticae, Tetranychus evansi e Aculops lycopersici

O ácaro Aculops lycopersici pertence à família Eriophyidae e apresenta corpo vermiforme, com 0,2 mm de comprimento e coloração branco leitosa, invisível a olho nu. Desenvolve-se nas folhas e hastes da planta, causando bronzeamento e queda de folhas.

Outras duas espécies de ácaros da família Tetranychidae, T. urticae e T. evansi também estão associadas ao jiloeiro. T. urticae apresenta coloração marrom esverdeada com duas manchas dorsais escuras (Figura 18), enquanto T. evansi apresenta coloração avermelhada. Ambas as

 espécies se desenvolvem na face inferior das folhas localizadas na parte mediana da   planta.


Figura 18. Colônia de Tetranychus  urticae.
O aumento populacional dos ácaros é    favorecido por temperaturas altas, baixas precipitações e o uso de fertilizantes nitrogenados. Nestas condições, o ataque dos ácaros causa o secamento das     folhas
e, quando ocorrem plantios escalonados sua disseminação é realizada de uma lavoura para   outra.

O controle é realizado com base nas táticas de controle cultural, evitando-se o escalonamento dos cultivos, plantio na direção oposta aos ventos predominantes, excesso de adubação nitrogenada, entre outras.

Lagartas-rosca - Agrotis ipsilon e Agrotis subterranea

Pertencem à família Noctuidae e são extremamente polífagas, atacando uma ampla gama de hospedeiro. Os adultos possuem corpo marrom escuro, com as asas posteriores de coloração mais clara (Figura 19A). As  lagartas  são  de  coloração  marrom-escura e  vivem durante o dia próximas às plantas,    abaixo
da superfície do solo. As lagartas, quando tocadas, enrolam-se rapidamente, permanecendo nesta posição por algum tempo, como se estivessem mortas (Figura 19B). Apresentam hábitos noturnos, cortando as plantas ao nível do solo, causando sua morte e, consequentemente, redução do estande de plantas.


Figura 19. Fêmea adulta (A) e lagarta (B) de Agrotis   ipsilon.


Não há inseticidas registrados para o manejo destas pragas no jiloeiro. Sendo assim, o manejo pode ser realizado com práticas culturais, como a aração do solo com objetivo de reduzir a infestação, uma vez que as lagartas e pupas ficam expostas à ação de raios solares e inimigos   naturais.

Os principais inimigos naturais são parasitóides das famílias Ichneumonidae (Hymenoptera) e Tachinidae (Diptera) e os predadores, como as vespas     da família Vespidae  e  os  besouros da  família Carabidae.


Brocas do fruto - Neoleucinodes elegantalis
e Helicoverpa zea

Neoleucinodes elegantalis pertence à família Crambidae e é conhecida vulgarmente como a  broca pequena do fruto. O adulto é uma mariposa de cor branca com 25 mm de comprimento. As lagartas maduras medem cerca de 10 mm de comprimento e possuem coloração rosada, com o primeiro segmento torácico amarelado (Figura 20A). O período larval dura cerca de 20 dias, com as lagartas se alimentando dos frutos da planta.

O adulto de Helicoverpa zea possui coloração marrom clara ou amarelada. A asa anterior possui uma mancha arredondada de cor escura no centro. Já a asa posterior é acinzentada, com uma faixa escura na margem posterior (Figura 20B). A lagarta quando totalmente madura pode alcançar até


35 mm de comprimento e corpo com coloração variando de verde-claro, marrom ou quase  preta.

Figura 20. Fêmea adulta de Neoleucinodes elegantalis (A) e de Helicoverpa zea (B).

Não existe nenhum inseticida registrado para o manejo destas pragas no jiloeiro. Sendo assim, o manejo deve se basear no uso de práticas de controle cultural e  biológico.

Coleobrocas Agathomerus spp, Adetus pulchellus, Alcidion bicristalum e Faustinus sp.

A espécie Agathomerus sp. pertence à família Megalopodidae e possui larvas com cerca de 1,5 mm de comprimento, que causam o broqueamento dos ramos laterais da  planta.

As espécies Adetus pulchellus, comumente citado na literatura como Adetus socius e Alcidion bicristalum pertencem à família Cerambycidae. Os adultos possuem de 8-11 mm de comprimento antenas compridas voltadas para trás. As larvas possuem a parte anterior do corpo mais dilatada e causam o broqueamento da parte basal dos ramos do jiloeiro.

Faustinus  sp.  pertence  à  família Curculionidae.  O adulto possui cerca de 5 mm de    comprimento,
cabeça com rostro voltado para baixo. As fêmeas depositam os ovos nas hastes da planta e após alguns dias as larvas emergem e fazem galerias profundas nas  hastes, podendo  causar sua  morte.

Como medida de controle recomenda-se a retirada das partes atacadas, destruição ou incorporação dos restos culturais e  a  destruição mecânica dos   ninhos.

Na Tabela 1 são apresentados os fungicidas e inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a cultura do jiloeiro.


Tabela 1. Fungicidas e inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a cultura do  jiloeiro.


FONTE: EMBRAPA

25 comentários:

  1. meu pé jiló esta com as flores caindo tudo. ja tem 1 mes mas o menos que esta esta dando flor mas nao esta segurando. gostaria de saber o motivo???

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  2. Meus gilozeiros estao amarelando as folhas e caiu a produçao e os jlos estao esbranquiçado.

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  3. Como fazer controle da pinta preta,tem cura ou não ?

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  4. Meu goleiro está produzindo muito mas os frutos estão ficando marrons.
    Como devo tratar?

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  5. Desculpe meu corretor.
    Quis dizer giloeiro.

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  6. Qual é o produto para acabar com as manchas pretas de jiló


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  7. Qual é o produto que se usa para acabar com as manchas pretas no jiló


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  8. Qual o incenticida para os jilos os meus estão com as folhas enrugadas e cheia de bragas brancas
    Mim da uma dica o que devo fazer

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  9. Que produto posso usar. Os pés de gilós esta o com as folhas enrugadas e encolhidas em forma de concha para a parte inferior da Folha.

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  10. Meu pé de gilo está com os gilo Maron ecaindo

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  11. O jilo queeu plantei foi cmeidor pragas

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  12. Meu pé de jiló está amarelando as folhas o que eu devo fazer?

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  13. Gostaria de saber se o pé do jiló tem espinhos ,porque aqui perto onde moro tem tem um pé de planta e parece muito com o pé do jiló .

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  14. As folhas de meu jovem pé de jiló estão com as folhas meio amarelas. Que nutriente está faltando?

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    1. As folhas de meu pé de jiló está todas furadas que devo fazer

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  15. Meu pé de jiló em vaso está no meio da folha que está nascendo com vários bichinhos de cor marrom o que pode ser e como combater essa praga nas minhas folhas

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  16. Qual fungicida devo usar para podridão no jiló.? Devo corrigir a terra com calcário e boro? Obrigada

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